terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Perpectivas para 2013


Mais um ano chega ao fim e a crise econômica internacional não mostra sinais claros de recuperação. Essa ainda é a principal preocupação econômica internacional e brasileira, pois seus efeitos têm sido relevantes em todos os países do globo.

É difícil traçar paralelos com a atual crise internacional na história da humanidade. Muitos analistas econômicos e historiadores citam a crise de 1929 como um episódio comparável. As duas estão relacionadas a uma deterioração acentuada do sistema financeiro, iniciaram-se na maior economia mundial – os Estados Unidos – e tomaram proporções internacionais.
A grande diferença é que, atualmente, a economia internacional é mais complexa, as quantidades de pessoas, bens, serviços e capital que circulam internacionalmente são muito maiores e os mapas geopolítico e econômico sofreram alterações consideráveis, com expressivo ganho de importância da Ásia. Adicionalmente, a lenta recuperação das principais economias mundiais indica que a atual crise, apesar de não tão profunda como a de 1929, será mais duradoura. Muitos analistas econômicos estimam que as principais economias passarão por um período de estagnação de aproximadamente uma década, a partir do seu início (2007/2008).
 
As expectativas são de que a crise internacional já tenha atingido seu ponto mais baixo e que no próximo ano não ocorram grandes surpresas. Boa parte da expectativa da saída da Grécia do euro já foi absorvida – caso isso venha de fato a ocorrer – e não há perspectiva de que países mais importantes venham a sair. A economia americana apresenta sinais de tímida recuperação e os republicanos devem concordar que seria um grande revés político e econômico não negociar os prazos para as elevações tributárias e cortes de gastos previstos para 2013 (o “abismo fiscal”), assim como a revisão do teto da dívida orçamentária americana de US$ 16,4 trilhões.

As principais economias mundiais estão e devem continuar, em 2013, o lento processo de recuperação econômica, enquanto China e Índia devem manter um bom ritmo de crescimento. Nesse cenário, os principais problemas que estão aparecendo se referem à própria economia brasileira. Estamos passando por um momento delicado de baixo crescimento com pleno emprego, onde estímulos econômicos adicionais podem elevar a inflação e obrigar o Banco Central a rever os níveis atuais da taxa de juros, com efeitos negativos no crescimento.

A série de estímulos ao longo do corrente ano, como redução da taxa de juros e de impostos, já está sendo sentida e a economia brasileira deve apresentar uma recuperação no próximo ano, com um aumento do PIB em torno de 3,5%. No entanto, medidas relevantes para propiciar um crescimento sólido, como a melhora da infraestrutura, do sistema educacional e das regras que favorecem o investimento privado não têm ocorrido na velocidade necessária nos dois últimos governos.

De fato, o atual governo tem realizado mudanças que geram mais incertezas no cenário institucional e que devem inibir o investimento do setor privado – que é essencial, dada a limitação orçamentária do governo. As medidas adotadas têm se restringido aos efeitos de curto prazo e nessa trajetória, mesmo que o país alcance uma razoável taxa de crescimento em 2013, os problemas internos serão explicitados e o crescimento se mostrará inexpressivo em anos posteriores.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Centro de Pesquisa em Economia Regional (CEPER)

 Caros, estamos iniciando um Centro de Pesquisa em Economia Regional (CEPER) na FEA-RP/USP. Os participantes são os professores Rudinei Toneto Júnior, Sérgio Sakurai e Luciano Nakabashi, além das bolsistas Amanda Pinotti, Isabela Leme e Luiza Iglesias.

 Começamos no mês passado as análises e todo mês lançaremos um boletim falando de alguns indicadores conjunturais do Brasil, do Estado de São Paulo e da região de Ribeirão Preto. A ideia é analisar a conjuntura dessas três regiões e apontar algumas tendências.

 Estamos começando com indicadores do mercado de trabalho, crédito, comércio exterior e de arrecadação de alguns impostos. Pretendemos aperfeiçar ao longo do tempo com a introdução de outros indicadores conjunturais.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Entrevista com Paul Krugman

  Seguindo uma dica do Blog do Mansueto, acho que vale a pena ler essa entrevista realizada com o Paul Krugman (clique aqui).

  Sempre tive essa sensação no debate econômico brasileiro: " No entanto, muita gente descarta qualquer tipo de pensamento analítico. Simplesmente começa a discussão pelas con­clusões e, depois, se tranca em sua fortaleza. Comporta-se mais como um advogado defendendo um caso do que como um economista tentando analisar uma situação."

 Pelo menos não é só no Brasil...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Como alavancar o crescimento econômico no Brasil

Vejam o conselho da The Economist para acelerar o crescimento brasileiro:
  
The Central Bank may be tempted to react to the latest figures with another interest-rate cut. That would be a mistake. Instead the government should redouble efforts to cut the Brazil cost—by, for instance, tackling labour laws—and thus letting the private sector’s animal spirits roar. The worry is that the president herself is meddler-in-chief. But she insists she is pragmatic. If so, she should fire Mr Mantega, whose over-optimistic forecasts have lost investors’ confidence, and appoint a new team capable of regaining the trust of business.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Hora de focar na qualidade

   Muitos avanços ocorreram no sistema educacional brasileiro, mas a melhora foi meramente quantitativa. Feito esse primeiro passo, temos agora que focar na qualidade e como fazer para melhorá-la. Esse é o grande desafio brasileiro a ser enfrentado nos próximos anos, pois nossa situação nesse quesito é lamentável. Por exemplo, veja o seguinte ranking: (clique aqui).

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Tropa de Elite

Ontem à noite, aproveitando a véspera do feriado para descansar um pouco, eu estava assistindo o filme Tropa de Elite pela segunda vez e, novamente, fiquei chocado com o grau de corrupção e violência em nosso país. Apesar de alguns exageros, imagino que o filme retrata bem a realidade de algumas regiões brasileiras. l Depois disso, deitei na cama do meu filho (que já estava dormindo) e fiquei pensando como é a realidade de cada uma dessas crianças que vive em uma família desestruturada, sem condições de saúde e educação adequadas (na escola e em casa), onde o exemplo é o traficante que "protege" os moradores do morro e o custo de oportunidade para entrar no tráfico é muito baixo. l Essas crianças já estão atrás das demais ao receberem menos cuidados em relação à nutrição e saúde (em casa e por dependerem do sistema público de saúde de baixa qualidade), pois os efeitos sobre o desenvolvimento físico, psicológico e intelectual são relevantes. Os pais, quando elas têm os dois, dão menos importância à escola e ao aprendizado, acompanham menos o desempenho escolar do filho e a escola é de pior qualidade tanto no ensino quanto no ambiente. l Desse modo, é evidente que o desempenho escolar e aprendizado serão muito baixos, levando ao abandono escolar, até mesmo porque sem aprendizado não há efeitos na produtividade e, consequentemente, nos salários. Os valores também são distorcidos, pois o traficante é um exemplo, a pessoa que protege a comunidade e que consegue progredir na vida. Assim, o caminho para o tráfico é natural, ou seja, é difícil culpar essa molecada por entrar “nesse negócio”. l O filme enfatiza a culpa das pessoas que usam drogas, pois estão financiando o tráfico de drogas e armas, além do sistema corrupto que favorece ainda mais essa situação. De fato, os consumidores financiam o tráfico e a corrupção no Brasil é generalizada. Então, o que fazer para mudar essa situação que piora cada vez mais? Que mundo nós estamos deixando para nossos filhos? De fato, fiquei pensando nessas coisas depois do filme quando estava deitando com meu filho. l Temos que investir em educação para melhorar a qualidade do sistema público, mas isso não resolve o problema da estrutura familiar e do ambiente social no médio prazo (e também tenho minhas dúvidas sobre os efeitos de longo prazo nessas comunidades). Talvez, uma população mais educada ajude a reduzir a corrupção ao longo do tempo, mas acho que os efeitos demoram a aparecer. l Também não acho que os usuários de drogas terão mais consciência em relação à parte que eles têm em todo esse sistema. Assim, juntamente com a melhora no sistema educacional, não consigo visualizar outra saída que não seja a legalização da venda e uso das drogas. É o meio de tirar esse dinheiro do tráfico de armas e dos policiais e políticos corruptos. Provavelmente, o consumo de drogas irá aumentar, mas teremos uma redução da violência, da corrupção e os filhos dessas famílias de baixa renda terão melhoras reais nas oportunidades econômicas (considerando que ocorra uma melhora concomitante no sistema educacional). l O governo teria que colocar um imposto elevado, mas não a ponto de estimular o tráfico, e usar esse dinheiro para tratar os usuários, em propagandas para desestimular o uso de entorpecentes, em cursos nas escolas para conscientizar as crianças e adolescentes, estipular leis (e fazer com que sejam cumpridas) que limitem o seu uso em local público, entre outras medidas para desestimular o seu uso. Um bom exemplo é a campanha para reduzir o uso de outra droga que já é legalizada: o cigarro.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

4º Curso Avançado de Avaliação de Políticas Públicas e Projetos Sociais.


O Programa de Avaliação Econômica, parceria da Fundação Itaú Social e da Gerência de Avaliação de Projetos do Itaú-Unibanco, promoverão, em 2013, o 4º Curso Avançado de Avaliação de Políticas Públicas e Projetos Sociais.

Objetivos Geral: disseminar a cultura e prática de avaliação econômica (avaliação de impacto e retorno econômico) de projetos sociais, aprimorando os conhecimentos de metodologias e práticas nesta área. Específico: preparar professores para o curso de “Avaliação Econômica de Projetos Sociais” da Fundação Itaú Social, com foco na disseminação dos conceitos e práticas de avaliação econômica para gestores de projetos sociais. Público-alvo Estudantes de pós-graduação (mestrado ou doutorado) ou pós-graduados em Economia de todo o país, com interesse na área de avaliação de políticas públicas e projetos sociais.

Apresentação O curso está dividido em duas partes: avaliação econômica (módulos 1 a 5) e preparação para professores do curso “Avaliação Econômica de Projetos Sociais” da Fundação Itaú Social (módulo 6). Os alunos do curso deverão apresentar trabalhos e fazer uma prova no final do curso. As aulas serão ministradas de 07 de janeiro a 7 de fevereiro de 2013, em São Paulo, em horário integral (6 horas/aula por dia).

Pré-requisitos Pré-requisito: já ter cursado matérias obrigatórias do primeiro ano do mestrado ou doutorado, em especial Econometria.

Inscrições A seleção será feita com base nas seguintes informações: - histórico escolar do curso atual ou do último curso; - carta de recomendação de professor da instituição de pós-graduação; - currículo que contenha, inclusive, informações de experiência como professor/monitor.

As inscrições devem ser feitas enviando a documentação acima, exclusivamente, para o endereço avaliacaoeconomica@itau-unibanco.com.br , indicando “inscrição curso avançado” no assunto do email. As inscrições serão recebidas até o dia 23 de novembro.

Ajuda de custo Alunos residentes fora da cidade de São Paulo terão o transporte pago pela Fundação Itaú Social (1 ida e 1 volta). Será oferecido almoço nos dias de aula. Compromisso Considerando o objetivo desse trabalho, o curso é totalmente gratuito, e os alunos, em contrapartida, assumem o compromisso de se colocar à disposição durante o ano de 2013 para ministrar o curso “Avaliação Econômica de Projetos Sociais” da Fundação Itaú Social, para pelo menos uma turma do curso, se forem convidados a tal. Essa participação, como professor, será remunerada.

Professores confirmados Naercio Menezes-Filho, Insper e FEA-USP Cecília Machado, EPGE-FGV Sergio Firpo, EESP-FGV Samuel Hazzan, EAESP-FGV
Elaine Pazello, FEARP-USP

Programa do 4º Curso Avançado de Avaliação de Políticas Públicas e Projetos Sociais
1) Econometria Básica Revisão: MQO (causalidade, identificação e estimação) Revisão: Variáveis Instrumentais (identificação e estimação) Experimentos Aleatórios (estimação e inferência) O Modelo de Resultados Potenciais - Efeito Tratamento Médio Aulas Práticas
2) Desenho de Avaliação
3) Econometria para Avaliação - Básico Propensity Score Matching Métodos de Regressão Diferenças em diferenças Aulas práticas
4) Econometria para Avaliação – Avançado Variáveis Instrumentais – LATE Efeitos nos diferentes quantis Lidando com Atrito Regressões com Descontinuidade Tratamentos Contínuos – Propensity Score Generalizado Aulas práticas
5) Retorno Econômico
6) Módulo para futuros professores
6.1 Didática 6.2 Terceiro Setor 6.3 Programa do Curso “Avaliação econômica”

sábado, 27 de outubro de 2012

Desta vez é diferente

 Até mesmo pesquisadores "sérios" americanos desconsideram os fatos para tentar influenciar os resultados eleitorais.

 Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart fizeram um estudo de fôlego mostrando que crises relacionadas a problemas no sistema financeiro são longas, com lenta recuperação e não apresentando, dessa forma, o formato em V.

 No entanto, alguns economistas de renome internacional (e assessores de Romney) disseram que os EUA são diferentes para jogar a culpa da lenta recuperação na política econômia de Obama (clique aqui).

  Se pararmos para pensar, a bolha imobiliária vinha sendo criada desde a década de 90, englobando, assim, tanto governos democratas quanto republicanos. No entanto, as inúmeras barbeiragens econômicas foram feitas principalmente no governo Bush, principalmente em relação à piora no déficit orçamentário, sem o qual a situação norte americana hoje seria muito mais tranquila.

domingo, 21 de outubro de 2012

Entrevista Pastore

O Pastore deu uma entrevista interessante para o Estadão (clique aqui). Ele coloca alguns pontos fundamentais da política macroeconômica atual. O fato do governo estar trabalhando com um câmbio fixo limita a possibilidade de utilizar política monetária, o que torna ainda mais difícil controlar a inflação.

 Se os juros voltarem a aumentar, a entrada de capitais pressionará o câmbio e o governo terá que impor mais restrições à sua entrada, com efeitos sobre os custos de financiamento das empresas. Isso é um problema em um país onde o investimento é maior que a poupança doméstica.

  Um ponto que pode ser positivo é caso o câmbio mais depreciado tenha efeitos maiores sobre a redução do consumo do que do investimento (explicação do Bresser de que a entrada de capitais aprecia o câmbio e estimula mais o consumo do que o investimento).

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Subsídio para os ricos



  Qual é o sentido em se fornecer universidade gratuita para as classes A e B em um país com forte restrição de recursos como o Brasil? Abaixo veja trecho de matéria sobre os universidades brasileiras e americanas (link para a matéria):

As doações representam 26% da verba do Caltech neste ano. Na USP, de um ano para cá surgiram os dois primeiros fundos de endowment brasileiros, ambos para ajudar a Escola Politécnica. Há ainda mais uma diferença significativa. Nas universidades americanas, alunos pagam mensalidades — os carentes estudam com bolsa. No sistema público brasileiro, o ensino é gratuito, mesmo em instituições como a USP em que predominam estudantes das classes média e alta.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Workshop de Economia do Programa de Pós-Graduação em Economia da FEA-RP/USP (PPGE/USP-RP)

O Workshop de Economia do Programa de Pós-Graduação em Economia da FEA-RP/USP (PPGE/USP-RP) tem se consolidado como um importante evento da área, reunindo pesquisadores altamente qualificados para a discussão e troca de experiências sobre temas de interesse nacional e internacional, com aplicações de teorias e técnicas empíricas de fronteira na ciência econômica.
A atual edição, a 12ª, terá a participação de pesquisadores de importantes centros de pesquisa e de atuação prática nacionais, além do corpo docente e discente da casa, que se reunirão na FEA-RP/USP.

Participantes:
Angelo Marsiglia Fasolo (Bacen)
Cristiano Costa (FUCAPE)
João Manoel de Mello (PUC-RJ)
José Angelo Costa do Amor Divino (UCB)
Lízia de Figueiredo (UFMG)
Luis Braido (EPGE)
Rafael Coutinho (FEA-SP)
Sergio Lazzarini (Insper)
Tatiana Farina (Insper)

Local: Auditório Ivo Torres, FEA-RP/USP
Avenida Bandeirantes, 3900 – Ribeirão Preto
Datas e horários:
18 de outubro de 2012, de 14h30 às 18h15,
19 de outubro de 2012, de 9h00 às 18h00, com 1,5 hora livre para almoço.

A realização de tal evento requer, além do empenho dos organizadores e apoio dos colegas, da chefia de Departamento e da Coordenação de Pós-Graduação em Economia, o apoio institucional da FEA-RP da USP, bem como o apoio financeiro dos parceiros Conselho Regional de Economia, Corecon-SP, e Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e EconomiaFundace, aos quais agradecemos antecipadamente.
O evento será gratuito e não requer inscrição prévia. Convidamos colegas e alunos a participarem!

Organizadores: Profa. Dra. Roseli Silva e Prof. Dr. Bruno Aurichio Ledo.

Curso verão IMPA


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Investimento em qualidade educacional

 Veja parte da matéria publicada pela revista Exame:
 

"Um estudo do economista Eric Hanushek, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos mostrou que países com bom desempenho dos estudantes em testes cognitivos apresentam crescimento da renda maior do que aqueles em que os alunos tiram nota baixa. Ele afirma que a melhora de 25 pontos nos resultados do Pisa, exame feito pela OCDE (cuja média dos países ricos é 500), resulta em aumento de 0,5 ponto percentual na taxa anual do PIB per capita. Uma projeção considerando a manutenção desse ganho por 80 anos resultou num PIB três vezes maior. “No longo prazo, o investimento que faz a diferença é na educação”, diz Hanushek".

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Crescimento e qualificação profissional

  Esse vídeo da Globo News aponta para o problema da qualificação profissional (link para o vídeo).

  José Pastore e Luiz Carlos Cabrera apontam alguns pontos essenciais do problema que enfrentamos. Hoje nós vivemos em uma sociedade do conhecimento, onde a tecnologia de produção está em constante mudança e, desse modo, a escolaridade é um fator de produção cada vez mais importante.

  De fato, existe um problema de qualidade nos níveis de ensino fundamental e médio, onde os alunos não são preparados de forma adequada para transformar o conhecimento em "sabedoria", ou seja, colocar esse conhecimento de forma a trazer um retorno produtivo, problema esse que ocorre também no ensino superior.

  O crescimento mais elevado na última década explicitou essa deficiência brasileira que só poderá ser resolvida com uma melhora no sistema educacional principalmente via melhora do nível de conhecimento e motivação dos docentes. Não tem como resolver isso sem elevar os salário e acabar com a isonomia salarial no ensino público (o que também é válido para o ensino superior).

  Outro ponto relevante que eles colocam é o pacto da mediocridade que existe em muitas faculdades pagas. Os alunos "pagam por um diploma" que, no final das contas, não vale quase nada. Pensando além do curto prazo, é fácil perceber que um ensino superior que não altera de forma significativa o conhecimento e habilidades do aluno para pensar não será bem visto no mercado e, desse modo, o efeito sobre os salários será praticamente nulo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mercado pede exatas

  Via blog do Shikida (link para o blog), eu li uma matéria do Estadão (link para a notícia) que enfatiza a necessidade de investimentos na formação de engenheiros. O artigo se baseia em um estudo liderado por Naércio Menezes Filho. No final da matéria consta a seguinte afirmação: "... estamos formando muitos administradores e poucos engenheiros".

  Esse artigo vai de encontro com o que eu tinha afirmado em um post anterior que para investir mais em capital humano, é preciso que mais estudos sejam feitos para que se tenha uma boa noção de onde esse investimento traz um retorno maior (link para a notícia). Em outras palavras, não adianta apenas dizer que é preciso investir mais em educação.

  O estudo do Naércio indica que, no nível de ensino superior, é preciso investir em cursos de engenharia. Essa conclusão é compartalhida por diversos estudos que apontam a necessidade de formação de engenheiros para estimular o crescimento de longo prazo.

  O problema do Brasil vem da base, pois as disciplinas de exatas despertam "medo" nos alunos desde as séries iniciais. Somos um país com uma fraca formação dos alunos no ensino formal, sobretudo na área de exatas.

  Outro problema que o artigo do Estadão não chega a mencionar é que temos muitos advogados. Isso está relacionado às nossas instituições que estimulam o rent-seeking, além da complexa estrutura burocrática e tributária. 

domingo, 30 de setembro de 2012

Economia e cerveja

  Aqui vai uma dica do Marcello Cunha (economista da Petrobrás): (trabalho e cerveja).

  Utilizamos o real como unidade de conta no Brasil, mas qualquer bem pode ser empregado com essse objetivo, como feito pelos analistas da UBS (um banco Suíço - o que será que rola nesse banco?) nessa matéria que saiu originalmente na The Economist (link para o site).

  Como eu não bebo, gostaria de ver essa relação de horas de trabalho para cada filho. Seria interessante, pois o custo varia de país para país de acordo com a renda média. Qual efeito será mais relevante ao longo do tempo (conforme o país fica rico)?

sábado, 29 de setembro de 2012

Decomposição do Desevolvimento



 Segue abaixo uma tabela da decomposição do desenvolvimento feita pela Ana Elisa Gonçalves Pereira na Dissertação de Mestrado.

  Na tabela, podemos observar a decomposição para as capitais dos estados brasieliros. É claro que PTF tem vários problemas, mas dá alguma luz sobre a produtividade dos fatores de produção de cada capital em relação à São Paulo.

 

Municipality
Estado
 
 
 
 
São Paulo
SP
1
1
1
1
Vitória
ES
1.875
0.747
1.241
2.022
Brasília
DF
1.855
0.701
1.042
2.541
Rio de Janeiro
RJ
1.072
1.015
1.052
1.004
Porto Alegre
RS
0.994
1.074
1.189
0.778
Curitiba
PR
0.845
1.252
1.124
0.601
Manaus
AM
0.821
0.518
0.790
2.004
Florianópolis
SC
0.710
1.408
1.311
0.385
Goiânia
GO
0.594
1.257
1.047
0.452
Cuiabá
MT
0.591
0.875
1.009
0.669
Belo Horizonte
MG
0.574
1.515
1.071
0.354
Recife
PE
0.565
1.058
0.967
0.552
Aracaju
SE
0.503
0.953
0.958
0.551
Boa Vista
RR
0.499
0.775
0.763
0.844
Campo Grande
MS
0.461
0.957
0.899
0.536
São Luís
MA
0.441
0.933
0.877
0.539
Natal
RN
0.435
1.321
0.910
0.362
Fortaleza
CE
0.426
1.209
0.842
0.419
Belem
PA
0.413
1.183
0.916
0.382
Salvador
BA
0.412
1.420
0.947
0.306
Palmas
TO
0.394
0.910
0.920
0.470
João Pessoa
PB
0.389
1.089
0.962
0.371
Rio Branco
AC
0.382
0.789
0.705
0.687
Porto Velho
RO
0.360
0.886
0.778
0.522
Maceió
AL
0.336
1.319
0.820
0.311
Teresina
PI
0.336
0.981
0.843
0.407
Amapá
AP
0.326
0.529
0.481
1.282