sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

8th Annual International Symposium on Economic Theory, Policy and Applications

8th Annual International Symposium on Economic Theory, Policy and Applications,
22-25 July 2013, Athens, Greece

The Economics Research Unit of the Athens Institute for Education and Research (ATINER) will hold its 8th Annual International Symposium on Economic Theory, Policy and Applications, 22-25 July 2013, Athens, Greece. For further details, please go to the conference website: http://www.atiner.gr/economics.htm. The registration fee is €300 (euro), covering access to all sessions, two lunches, coffee breaks and conference material. Special arrangements will be made with a local luxury hotel for a limited number of rooms at a special conference rate. In addition, a number of special events will be organized: A Greek night of entertainment with dinner, a special one-day cruise in the Greek islands, an archaeological tour of Athens and a one-day visit to Delphi.

The aim of the conference is to bring together scholars and students of all areas of economics and other related disciplines. Sessions will be organized along the lines of the Journal of Economic Literature Classification Index (Please link to AEA webpage for subtopics):
 Please submit a 300-word abstract by email, atiner@atiner.gr, by 11 March 2013 to: Dr. John Roufagalas, Head, Economics Research Unit, ATINER & Professor, Troy University, USA. Please include: Title of Paper, Full Name (s), Current Position, Institutional Affiliation, an email address and at least 3 keywords that best describe the subject of your submission. Please use the abstract submitting form available at http://www.atiner.gr/2013/FORM-ECO.doc. Decisions are reached within 4 weeks.
If you want to participate without presenting a paper, i.e. organize a mini conference or a panel (session), chair a session, review papers to be included in the conference proceedings or books, contribute to the editing of a book, or any other contribution, please send an email to Dr. Gregory T. Papanikos, (gtp@atiner.gr), President, ATINER.

The Athens Institute for Education and Research (ATINER) was established in 1995 as an independent academic association with the mission to become a forum, where academics and researchers - from all over the world - could meet in Athens to exchange ideas on their research and to discuss future developments in their disciplines. Since 1995, ATINER has organized more than 200 international conferences, symposiums and events. It has also published approximately 150 books. Academically, the Institute consists of five Research Divisions and twenty-three Research Units. Each Research Unit organizes an annual conference and undertakes various small and large research projects. Academics and researchers are more than welcome to become members and contribute to ATINER's objectives. The members of the Institute can undertake a number of academic activities. If you want to become a member, please download the form (membership form). For more information or suggestions, please send an email to: info@atiner.gr.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

China prevê mais investimento e anima exportação brasileira


A China deve retomar seus investimentos com mais força em 2013, garantindo demanda por produtos básicos, como o minério de ferro brasileiro. São as obras de infraestrutura e o investimento estatal que vêm sustentando cerca de metade da alta do PIB chinês na última década. E é essa força motriz chinesa que também ajudou a alavancar a economia de outros emergentes, inclusive o Brasil, especialmente pela importação de produtos básicos – além do minério de ferro, o principal produto da pauta exportadora brasileira, petróleo e itens agropecuários também tiveram grande participação na importação chinesa.

Essa relação comercial da China com o resto do mundo é tão forte que cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que a queda de 1% na taxa de investimentos da China equivale, em média, a um recuo de 0,8 ponto porcentual no preço do minério de ferro. A conta também vale para reduções na cotação do alumínio (1%), cobre (1,6%), chumbo (1,8%), níquel (1,8%) e zinco (2,2%).
Dependência
Atualmente, os preços do minério de ferro na China estão em cerca de US$ 150 a tonelada, cotação que representa forte recuperação frente aos US$ 128 a tonelada registrados no fim de 2012. Também sinaliza que a demanda do país asiático vem se recuperando. Para 2013, o Itaú BBA, setor internacional de pesquisas do banco, projeta uma cotação média de US$ 120 a tonelada. A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, é mais otimista e acredita em uma cotação de até US$ 180 a tonelada. Segundo o diretor de Relações com Investidores da companhia, Roberto Castello Branco, a Vale espera que a produção industrial – um indicativo de demanda por aço e seu principal ingrediente, o minério de ferro – cresça cerca de 7% nos mercados emergentes em 2013, mas permaneça estável nos países desenvolvidos.

Em 2012, o preço foi o que mais influenciou a queda no faturamento com as exportações brasileiras do produto. Embora o volume tenha caído apenas 1,3% em relação a 2011, o valor total ficou em US$ 30,9 bilhões, 25,9% menor que no ano anterior, com influência de preços 24,9% menores, ou seja, da menor demanda chinesa.

O mesmo ocorreu com o açúcar, outra commoditie que o Brasil manda a rodo para a China. O volume das exportações totais do produto caiu 3,4% em relação a 2011, mas a queda no valor foi ainda maior, de 13,15%, para US$ 10,3 bilhões, por causa de preços 10,11% menores.

Perspectivas
Para 2013, o Banco Mun­­dial prevê um crescimento de 8,4% para China – melhor que a estimativa de 7,9% para 2012. “Na verdade, mesmo que o ritmo chinês caia para algo como 7,5% ou 7%, a demanda pelos produtos brasileiros continuará aquecida”, observa o professor de Economia da UFPR Marcelo Curado.

O economista e professor da USP de Ribeirão Preto Luciano Nakabashi lembra que, apesar do elevado crescimento na última década, a China ainda é um pais relativamente pobre. O PIB per capita é bem menor que o do Brasil: US$ 5,445 ante US$ 12,594, segundo dados de 2011 do Banco Mundial. “Desse modo, ainda existe todo um país a ser construído, o que exige muitos minérios, sobretudo ferro”, observa.

Para analistas, país precisa diversificar a pauta exportadora
No ano passado, a China absorveu grande parte de dois dos principais produtos da pauta de exportação brasileira: 48% dos embarques de minério de ferro e 46% dos de soja. Desde 2010, quando as transações entre Brasil e China se intensificaram, alguns economistas e instituições, como o Banco Nomura, de Nova York, vêm interpretando essa relação como um sinal de dependência crescente pelo Brasil do país asiático. Para o bem ou para o mal, o destino tupiniquim parece cada vez mais atrelado às decisões tomadas em Pequim.

Para boa parte dos analistas isso traz maior fragilidade para a economia brasileira frente aos percalços do cenário externo – grande parte do superávit brasileiro vem das commodities. Com uma redução de demanda, o preço cai e, consequentemente, o real se desvaloriza, entre outros efeitos negativos. “Quanto mais básica a pauta de exportações, maior a suscetibilidade à oferta e à demanda internacional”, observa o professor de Economia da UFPR Marcelo Curado.

Uma das principais armas do governo federal diante do desaquecimento global tem sido o incentivo ao consumo interno, mas essa estratégia, com os índices de inadimplência lá em cima, já se mostrou um tanto esgotada. O que fazer então?

A parte mais otimista dos analistas – a que não acredita que a relação entre Brasil e China seja de dependência, mas de oportunidade de desenvolvimento – diz que uma estratégia, de curto prazo, é a diversificação da pauta de exportações para o país asiático. Se a China tem demanda – e não só por minérios e commodities –, porque não aproveitar? Daí, por exemplo, o momento oportuno das prospecções dos avicultores paranaenses por lá. Com a maior parte da população chinesa ainda no campo, mas cada vez mais atraída para a cidade, a demanda por alimentos em geral deve crescer. Seria o futuro da China mais urbana, caminho normal para qualquer país em desenvolvimento.

A principal solução, no entanto, não é nada simples ou de curto prazo: investimento em educação e fortalecimento da indústria nacional para o crescimento da exportação de manufaturados. Curado lembra que é o que a China tem feito nos últimos anos. “E quando falamos de investimento em educação por lá é algo realmente massivo”.

Para o professor da USP de Ribeirão Preto Luciano Nakabashi, o fortalecimento da China implica em maior concorrência de produtos industriais e menos espaço para os concorrentes. Os elementos-chave para isso – acumulação de capital humano, melhora nas instituições e forte elevação da produtividade – apontam que a China continuará crescendo e passará o Brasil em termos de PIB per capita em alguns anos. “Assim, é possível que a concorrência de produtos industriais seja cada vez mais forte com os países desenvolvidos, como EUA, Japão e Europa. Portanto, em alguns anos (ou décadas), a concorrência com os produtos brasileiros industrializados tende a diminuir também.”

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Transnational Corporations and Development: Challenges and Opportunities in Brazil

Jointly Organized by  (link para o site)

         ♦   Graduate Program in Economics, the State University of Maringá (UEM), Brazil
         ♦   Transnational Corporations Review (TNCR), Ottawa United Learning Academy, Canada
         ♦   National Association of Postgraduate Centers in Economics of Brazil (ANPEC)
1.  Background and Context
With a population of over 190 million and abundant natural resources, Brazil is one of the ten largest markets in the world, producing tens of millions of tons of steel, 26 million tons of cement, 3.5 million television sets, and 3 million refrigerators. In addition, about 70 million cubic meters of petroleum were being processed annually into fuels, lubricants, propane gas, and a wide range of hundred petrochemicals. The economy of Brazil is the world's seventh largest by nominal GDP. Brazil has moderately free markets and an inward-oriented economy. Its economy is the largest in Latin American nations and the second largest in the western hemisphere. Brazil is one of the fastest-growing major economies in the world with an average annual GDP growth rate of over 5 percent. The Brazilian economy has been predicted to become one of the five largest economies in the world in the decades to come. Brazil is a member of diverse economic organizations, such as Mercosur, Unasul, G8+5, G20, WTO, and the Cairns Group. Its trade partners number in the hundreds, with 60 percent of exports mostly of manufactured or semi-manufactured goods. Brazil's main trade partners include Mercosul and Latin America, EU, Asia (18.9 percent), the United States.
Brazil has rapidly become a significant country for its integration into the world. During this integration process, there are many issues related to development that governments, academia and transnational corporations face in light of Brazil having become an important player with a global context. Within this context, a jointconference on transnational corporations and development in Brazil will take place in Maringa, Brazil from July 24 to 26, 2013. Brazil's rapid integration into the global economy has created tremendous opportunities and challenges for the global economy and institutional stakeholders. Featuring top experts, this conferenceoffers a unique forum for business, government and academia leaders and analysts to discuss and practically assess the existing opportunities and how to optimally advance them in the near future. It aims at providing a critical review of Brazil’s involvement in the global community by exploring a number of urgent and critical issues related to transnational corporations and development.
2. Special Advisors and Keynote Speakers (to be confirmed)
  • Dr. Joilson Dias,Graduate Program in Economics,State University of Maringá, Brazil 
  • Dr. Fernando V. Ferreira, University of Pennsylvania, USA
  • Dr. John McDermott, University of South Carolina, USA
  • Dr. Karl Sauvant, Columbia University, New York, USA
  • Dr. Yongding Yu, Chinese Academy of Social Sciences, Beijing, China
  • Dr. Sam Zhao,  Professor and Director of the Center for China-US Cooperation at Josef Korbel School of International Studies, University of Denver, USA
3. Supporting Organizations (to be confirmed)
  • Vale Columbia Center on Sustainable International Investment, Columbia University, USA
  • European Working Group on Transnational Corporations, Germany
  • Investment Analysis Center, UNCTAD, Geneva, Switzerland
  • Economic Research and Policy Analysis, Industry Canada
  • Brazilian National Scientific and Technological Research Council (CNPQ)
  • Brazilian Federal Agency for the Support and Evaluation of Graduate Education (CAPES)
  • Araucária Foundation, Brazil
  • Federal Savings Bank (CaixaEconômica Federal – CEF)
4.  The Conference Themes
Despite a slight slow-down, it is expected that the economy still aims to revive the industrial sector and maintain consumer spending, as well as public investment in infrastructure. With the goal of stimulating the domestic industry, massive capital inflows have allowed foreign exchange reserves to grow. The experts do not anticipate financing problems in the near future as Brazil’s external financing requirements are comfortably covered by net foreign direct investment. The Fédération Internationale de Football Association’s World Cup and the Olympics might offer opportunities for exporters and investors over the next several years. Within this context, the transnational companies, including multinational think tanks in Brazil, may play active roles in both the domestic and international markets.
Although the central theme of the conferenceis “Transnational Corporations and Development: Challenges and Opportunities in Brazil”, papers are welcomed on all areas of economics, such as: transnational corporations, foreign direct investment, institutional innovation; the crisisof the world capitalist economy; the insertion of the BRICS in the global economic scenario; Brazilian economy; microeconomics and macroeconomics; political economics; public policy; public finance issues; distributional issues and methodologies.
5.  Publications of the Conference
All papers should be submitted to the TNCR editorial office by email at tncr.special@gmail.com. For the submission details on paper format, please follow the “Author’s Guidelines” on TNCR’s website: www.tnc-online.net/page/guidelines/index.php. Each paper should not exceed 15 pages or 5,000 words in English (single spaced with 12pt font Times New Roman, including the paper, reference, tables and graphs). A cover page should be included with the title, authors’ names, affiliations and contact details such as postal address, phone and effective email address. A short paragraph about the author(s) for 150 words or so, along with a recent passport size photo, is also required.
All accepted papers will be published by the Transnational Corporations Review (TNCR) in English as a special collection, and requested for the relevant indexes, including EconLit, SSCI-CPCI, etc. Excellent papers will be selected by the conference academic committee and recommended to be published in one or two regular issues with indexing in the SSCI-listed journals.
6.  Important Dates
  • Paper proposal or abstract submission: March 31, 2013
  • Paper submission: May 31, 2013
  • Notification of Paper Acceptance: before June 30, 2013
  • Conference dates: July 24 -26, 2013 (Wednesday  – Friday)
  • Limited participants planned: 50-70 (about 1/5 from overseas)
  • Language: English (possibly with Portuguese for domestic participants)
7. Conference Secretariat
  • Nilmen, Sales, Conference Chair, State University of Maringá, Brazil
  • Izepão, Rosalina, Conference Acting Chair, State University of Maringá, Brazil
  • Dias, Joilson, Conference Secretariat General, State University of Mariga, Brazil
  • Araujo,Eliane,Acting Secretariat General, State University of Maringá, Brazil
  • Dias, Maria H. A.,Conference Adviser, State University of Maringá, Brazil
  • Ma, Jennifer, Ottawa United Learning Academy, Secretariat General (Overseas)
  • Carlson, Laura, Transnational Corporations Review, Overseas Communications
  • Dang, Hugh, Transnational Corporations Review, Conference Coordinator (Overseas)
  • Bhatia, Kul, conference advisor, Professor of the Department of Economics, University of Western Ontario (Western University), Canada
  • Tang, Jianmin, conference adviser, Industry Canada
  • Yuan, Gloria, Conference administration (Ottawa), Ottawa United Learning Academy, Canada
  • Campos, Antonio C., Conference Adviser, State University of Maringá, Brazil
  • Couto, Joaquim M., Conference Adviser, State University of Maringá, Brazil
  • Parré, José L., Conference Adviser, State University of Maringá, Brazil
  • Garcia, Maria F. Conference Adviser, State University of Maringá, Brazil
  • Alves,Alexandre F.,  Conference Adviser, State University of Maringá, Brazil
  • Cunha, Marina S. Conference Adviser, State University of Maringá, Brazil 
Information about UEM and TNCR
The Course of Economic Sciences at the State University of Maringá, created in 1961, completed 51 years in 2012. A pioneering initiative to create an economics course in a region in the process of colonization, as it was the northern region of Paraná, represented the genesis of Maringá State University (UEM). Created in 1969,UEM merged from the three faculties in Brazil. In 1970, the UEM, by the State Law, was nominated as FundaçãoUniversidadeEstadual de Maringá (FUEM). It received its position as autarchy in 1991. With its growing involvement in a global basis, this institution developed well-known faculties and undergraduate and graduate courses in social sciences, particularly in Economics and Business Administration. The UEM has one campus in Maringá, and four campuses nearby Maringá in several cities. It includes seven Centers of Studies, as well, 48 undergraduate courses and post-graduation courses in Master and Doctorate level in several areas. The Campus has well developed research facilities (equipment, laboratories, centres, etc.) for a great amount of research outputs (projects, programmes, publications, conferences and seminars etc.) distributed in every area of knowledge. Today, UEM is among the top 20 universities in Brazil, in terms of teaching and research.
Established in 2008, Transantional Corporations review (TNCR) is supported by the Vale Columbia Center on Sustainable International Investment at Columbia University in the United States and the Investment Analysis Center at UNCTAD at Geneva. It is a scholarly journal dedicated to providing economic, policy, and business analysis of current issues related to transnational corporations, foreign direct investment, institutional innovation, and international development. As a modern journal, it is among the outlets in these areas that encourage cooperative effort among scholars, industry practitioners, and policy makers through, for instance, co-authorship and co-reviewing. The journal is regularly indexed by ALJC, AMICUS, CrossRef, EBSCO, EconLit, RePEc, Scopus, SSRN and SSCI/SCI (under review).

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Fundace cria Centro de Pesquisa em Economia Regional


Coordenado pelos professores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa centro realizará análises e lançará boletins sobre indicadores conjunturais do nacionais, estaduais e regionais

A Fundace - Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia criou o Ceper - Centro de Pesquisa em Economia Regional. O grupo de estudos, que conta com o apoio da FEA-RP/USP, tem como objetivos analisar e elaborar indicadores econômicos na esfera nacional, estadual e regional a partir de Ribeirão Preto (SP).

“A Fundace reúne rigor científico e amplo conhecimento de mercado, elementos necessários para desenvolver estudos que auxiliem empresas e governos na tomada de decisão”, afirma o presidente da Fundace, Rudinei Toneto Junior, ele próprio é um dos coordenadores do Ceper. “Tanto para o desenvolvimento de políticas públicas quanto para estudos de viabilidade econômica e financeira em empresas, contar com uma fonte confiável de dados é fundamental para o sucesso”, completa ele.

Os boletins, ficarão diponíveis no site da Fundace (fundace.org.br), apresentando os indicadores sobre áreas como Boletim do Mercado de Trabalho, Termômetro Tributário, Comércio Exterior e Crédito, entre outros. 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Surfando no crescimento mundial


Esse título parece estranho pelo momento em que se encontram as economias nacional e mundial. No entanto, o atual cenário explicita o que foi dito por muitos analistas na era Lula: o país estava surfando na onda do crescimento mundial, além de aproveitar os frutos de reformas que tinham sido realizadas no governo anterior e no início do primeiro mandato do governo Lula.

Aproveitar o crescimento da economia mundial foi positivo para o país, pois foi um período em que presenciamos uma significativa redução no desemprego, melhora nos níveis salariais e na distribuição da renda, estímulo ao “espírito animal” dos empresários com elevação dos investimentos, melhora na autoestima dos brasileiros, entre outros fatores.

O problema é que reformas e investimentos importantes deixaram de ser realizados para que o país pudesse manter uma razoável taxa de crescimento. Os grandes méritos do governo Lula, na parte econômica, foram: manter a política macroeconômica do governo anterior; unificar e estimular os programas de transferência de renda que não são custosos e atingem parte da população que realmente é mais vulnerável; e elevar o crédito às famílias.

No entanto, a redução do crescimento mundial, a falta de reformas e de investimentos relevantes na era Lula – como fortalecimento das agências reguladoras, redução da burocracia e da carga tributária, combate à corrupção, melhora na infraestrutura e na qualidade educacional –, além de erros adicionais na política econômica do governo Dilma redundam no período de baixo crescimento pelo qual estamos passando.

O atual governo vem adotando políticas econômicas de médio e curto prazos voltadas, sobretudo, ao estímulo da demanda agregada para reverter o cenário de baixo crescimento. No entanto, a mudança de regime cambial, a redução do superávit primário e dos juros, os estímulos fiscais para determinados setores da economia, e a injeção de grandes somas de recursos no BNDES, entre outras medidas, não foram suficientes para recolocar a economia em uma trajetória de razoável crescimento.

Ao se observar a convivência de um baixo nível de desemprego com um crescimento medíocre nos dois últimos anos, fica evidente que estímulos adicionais à demanda irão se traduzir em pressões no mercado de trabalho. Como consequência, iremos presenciar uma elevação da inflação e das importações. 

O problema atual do país vem da oferta, sobretudo do fraco desempenho da produtividade. É preciso estimular os investimentos produtivos através da garantia dos direitos de propriedade, com especial ênfase ao retorno dos investimentos realizados e da garantia e estabilidade das “regras do jogo”. O governo federal deve priorizar um ambiente que incentive o bom funcionamento do mercado sem interferências que prejudicam ainda mais as expectativas dos empresários. Os investimentos públicos devem ser realizados em áreas que são complementares aos investimentos privados e em parceria com estes, devido à restrição orçamentária – como, por exemplo, em infraestrutura.

Como enfatizado recentemente por Gustavo Franco (ex-presidente do Banco Central e professor da PUC-RJ) em um artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, “o governo orienta, cuida do estádio e do gramado e não se mete a cobrar escanteios”.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Projeção de aumento da inflação e maior endividamento afetaram o INEC


A expectativa de aceleração da inflação para este ano foi o principal fator apontado por economistas para a queda do Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) em janeiro deste mês. O dado, divulgado nesta quinta-feira (31) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), recuou 0,9% em relação ao último mês. Os especialistas também destacaram que o maior endividamento das famílias contribuiu para o pessimismo. 

Apesar da pouca confiança demonstrada pela pesquisa, o indicador de expectativa de desemprego aumentou 2,1% em relação a dezembro, o que mostra que a população está confiante no aquecimento do mercado de trabalho. O IBGE, por sua vez, divulgou nesta quinta-feira que a taxa média de desemprego no Brasil atingiu o menor patamar histórico, ficando em 5,5%.
Inflação e endividamento

Para Luciano Nakabashi, professor da Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto da USP, a expectativa do aumento da inflação foi o principal condutor para o resultado do INEC. Ele frisa, porém, que a grande diferença neste balanço foi a expectativa do desemprego. 
Confiança do consumidor caiu 0,9% neste mês em relação a dezembro
Confiança do consumidor caiu 0,9% neste mês em relação a dezembro
"O desemprego baixo pressiona muito a inflação. Qualquer coisa que estimule a produção gera demanda por emprego, o que acarreta salários mais altos. Além disso, há políticas estimulando a demanda do mercado, mas é preciso aumentar a oferta também", adverte.

Segundo o professor da USP, houve um aumento no setor de serviços de empreendimentos com produtividade menor que a da indústria. "O que está crescendo no setor de serviços? Principalmente o comércio, que tem baixa produtividade para a economia e utiliza, em geral, mão de obra pouco qualificada", destacou.

Além disso, o economista defende que a questão da produtividade do Brasil está vinculada a antigas questões, como a debilitada infraestrutura, mão de obra de baixa qualificação e alta carga tributária. 

Para ele, após as medidas recentemente adotadas pelo governo, como a desoneração de alguns setores, a exemplo da redução da tarifa de energia elétrica e da taxa básica de juros (Selic), investimentos em infraestrutura, entre outros, a expectativa é de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) seja mais significativo do que no último ano. Justamente por isso, analisa, existe uma pressão pelo aumento da inflação: 

"A questão de o aumento da inflação corroer o poder de compra é uma visão de curto prazo, porque fica muito perceptível para as pessoas. A preocupação sobre a elevação dos preços tem aumentado, e vários agentes já indicaram que a inflação está saindo do centro da meta e o governo tem sido tolerante com essa situação", afirmou.
Indústria afetada

Guilherme Mercês, gerente de estudos econômicos da Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), avalia ainda que o resultado do INEC é muito negativo para o setor industrial nacional. "Enquanto o setor de serviços, que vem aumentando, é fechado e não tem concorrência externa, a indústria é um setor aberto com muita concorrência das importações e com uma margem de lucro muito pequena devido aos altos custos de produção no país", disse o especialista. 

O economista da Firjan colocou que, além da projeção de aumento da inflação, o maior endividamento das famílias brasileiras também influencia a pesquisa da CNI. "Houve uma expansão de crédito muito significativa nos últimos anos, o que deixou a população com mais dívidas. Isso afeta na expectativa de compra de bens de maior valor, porque as pessoas estão com o orçamento mais apertado e sobra menos para esses produtos".

Para Nakabashi, o endividamento é uma estratégia econômica do governo, mas alerta que existe um limite: "A dívida dessas pessoas vai aumentando e, em algum momento, comprometerá sua renda. Talvez seja um erro tentar estimular a demanda quando o desemprego está muito baixo", ponderou. 

Manutenção da Selic 
Marcelo Martinovich, do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e vice-presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo, avaliou que a inflação e o endividamento são indicadores que oscilam juntos. Alertou, porém, para a tendência de manutenção ou ligeira alta da Selic como uma forma de o governo conter o consumo, "o que encarece o crédito e reduz a possível crise de inadimplência". Observou ainda que na comparação com janeiro de 2012, a maioria dos indicadores do INEC foram mantidos. 

Ele projeta que o crescimento do PIB neste ano deve ser superior ao de 2012, e frisou que a crise na zona do euro impactou a economia nacional: 

"Como a expectativa de crescimento econômico não é tão melhor, a saída pensada é a exportação. Mas para exportar, tem que ter uma economia mundial positiva, senão os outros países também se protegerão. Como a economia mundial está muito abalada, não vejo muito espaço para um aumento inflacionário intenso", analisou Martinovich.