Os atuais cenários econômico e político que estão se formando
no país podem ser funestos para a atual administração pública federal.
Após enfrentar uma das eleições mais apertadas da história recente de
nossa democracia, os problemas que foram “abafados” no período eleitoral
começam a se tornar cada vez mais evidentes.
Apesar do fato de que, provavelmente, nunca saberemos as reais
dimensões da corrupção envolvendo a Petrobras, várias das principais
empreiteiras do país e parte de políticos da base governista, a
população percebe que este é um dos maiores escândalos que o país já
enfrentou tanto em relação ao número de envolvidos quanto aos valores
astronômicos.
Na parte econômica, sem o cenário cor-de-rosa das
propagandas eleitorais, a população também está percebendo que o futuro
(próximo?) será sombrio, com estagnação econômica, elevada inflação,
perda real de poder de compra e elevação do desemprego.
Aliando os
dois cenários citados acima, a população está com a impressão de que
estão pagando pelos erros de política econômica, enquanto os políticos
estão saqueando nossas principais empresas estatais. Isso sem contar a
relação custo-benefício do programa “bolsa empresário”, que foi
financiado pelo BNDES e apresentou resultados medíocres tanto em termos
de desenvolvimento e fortalecimento das empresas nacionais quanto no bem
estar da sociedade brasileira.
Os resultados do último pleito
indicam que quase a metade do eleitorado já estava insatisfeita com a
atual administração pública federal. Com o anúncio de medidas recessivas
e impopulares, mas necessárias, que foram demonizadas na disputa
eleitoral, a atual administração vem desagradando parte da outra metade
do eleitorado sem conquistar àqueles que votaram na oposição.
Temos
ainda a possibilidade de racionamento de água em várias regiões do país,
especialmente no estado de São Paulo, que atinge a popularidade das
administrações públicas municipais e estaduais, mas também federal.
Adicionalmente, a crise hídrica, que pode afetar a oferta de energia,
também tem grande potencial de afetar negativamente a popularidade da
administração pública federal e o desempenho da economia. Finalmente, a
perda desastrada da presidência da Câmara dos Deputados e a redução da
base governista que é confiável elevam o potencial de instabilidade
política.
Boa parte dos problemas enfrentados atualmente é decorrente
de erros de política econômica do PT que insistiu em uma série de
medidas duvidosas que ficou conhecida como a “Nova Matriz Econômica”.
Esta prometia uma revolução positiva nas condições econômicas e sociais
brasileiras, mas entregou justamente o oposto.
Certamente os efeitos
do cenário internacional não são insignificantes, mas é difícil
argumentar que é a principal causa quando o pior já parece ter passado,
enquanto o país está mergulhando, cada vez mais, em um período de
recessão, que trará custos sociais importantes, sobretudo na parcela da
população que elegeu a atual administração para mais quatro anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário